Em entrevista recente ao diário OJE, Nuno Diniz Clemente, administrador da Tranquilidade, fala do mercado e da actual estratégia da empresa. Adaptado de Vítor Norinha/ OJE
Existe algum estudo recente que revele o valor da marca Tranquilidade?
Quantificado não, mas ele será seguramente muito alto quando comparado com outras marcas nacionais. Aparecemos sustentada e recorrentemente em primeiro lugar nos indicadores de notoriedade global. Este comparativo é feito ao nível das seguradoras tradicionais, já que as seguradoras directas investem muito em publicidade porque é a única forma de captação. Isto também reflecte todo o valor histórico da marca e também todo um esforço que se fez em 2007 de rebranding, ano em que se fez um investimento muito forte na renovação da imagem.
Em termos de quota de mercado, onde se situa a Tranquilidade nos vários segmentos?
Em Não Vida temos 7,5% de quota de mercado e somos a quarta companhia, depois das duas seguradoras do grupo Caixa e da Axa. Nos PPR somos líderes nas seguradoras tradicionais, pois parte deste negócio tem origem na banca. A TVida é líder destacada e tinha em Agosto 36 milhões de euros de produção de PPR, sendo que a segunda companhia estava muito atrás.
Que diferenças se podem assinalar entre os PPR e o Certificado de Garantia do Estado?
Os PPR têm vantagens que os distinguem dos certificados. Desde logo a universalidade, qualquer pessoa pode fazer voluntariamente um PPR, enquanto as outras soluções se dirigem a um segmento que são os trabalhadores que usufruem do regime da segurança social. Depois a flexibilidade. Um cliente com um PPR consegue escolher o nível de poupança que pretende alocar ao seu plano de poupança reforma e é voluntário nisso. A solução dos certificados é mais rígida porque só permite três níveis, consoante os rendimentos.
Outra vantagem é a opção de liquidez. Essa solução é muito mais restritiva em termos de opções de resgate, pois só podem ser resgatados em situação muito específicas: de reforma ou de alguma grau de invalidez. No PPR a liquidez é quase total, mesmo que o cliente venha a ser penalizado em termos de benefícios fiscais, se não tiver cumprido todos os requisitos para os poder capturar. Não menos relevante é a possibilidade de escolha, pois numa seguradora como a Tranquilidade o cliente pode escolher várias soluções para o PPR. De acordo com a sua apetência pelo risco e fase do ciclo de vida, pode escolher PPR com mais ou menos acções, com taxa garantida ou com capital garantido, enfim privilegiando a rendibilidade ou a garantia de capital. Naqueles produtos a opção será apenas aquela que for a definida pela gestão pública.
Como correu o 1º semestre no mercado, nos vários ramos Não Vida e Vida e como é que a Tranquilidade se distinguiu numa indústria cada vez mais agressiva?
No mercado Não Vida o ano de 2008 foi complicado e o 1º semestre de 2009 também não foi o melhor. Nos primeiros seis meses o mercado contraiu entre 5 e 6% no total dos prémios Não Vida, o que ilustra a forte pressão sobre os prémios no sector, mas que tenderá a corrigir já a partir do 2º semestre. Esta contracção ficou fundamentalmente a dever-se ao ramo automóvel e também ao ramo de acidentes de trabalho.
A Tranquilidade teve, em termos de agregado, um crescimento de prémios inferior ao do mercado, mas como resultado de escolhas estratégicas. Não quisemos sacrificar a margem a todo o custo. Tivemos uma estratégia comercial baseada fundamentalmente em duas lógicas: nos ramos obrigatórios, auto e acidentes de trabalho, adoptámos uma estratégia defensiva, no sentido de dizermos que privilegiamos mais a rendibilidade e a selecção de riscos do que propriamente o volume e o crescimento em prémios. Nestes últimos anos, a rendibilidade não tem sido muito atractiva. Privilegiámos a rendibilidade e a selecção de riscos em detrimento do volume, friso.
Fomos mais ofensivos nos ramos não obrigatórios, onde se centram as oportunidades de mercado que, para além de serem oportunidades para as companhias, também o são para as suas redes de mediação, no sentido de diversificarem a sua forma de crescer e de fidelizarem a sua base de clientes. Estes ficarão muito mais fiéis aos seus mediadores e à sua seguradora se tiverem um portfólio de produtos mais completo e não apenas os produtos obrigatórios. Em Saúde e Multi-riscos Habitação fomos claramente ofensivos e temos estado a crescer acima do mercado desde há dois anos.
Sobre Vida temos um mercado com uma dinâmica diferente. O mercado cresce com significado e esta crise financeira que se alastrou à economia, acabou por ter um efeito na taxa de poupança das famílias. Resultou numa oportunidade para o sector financeiro e em particular para o sector segurador na área Vida de crescer nos produtos de capitalização e PPR. Temos crescido bem, aproveitando as nossas valências e a ligação que temos ao BES. Devo referir que há uma oportunidade que estamos a desenvolver e aproveitar que é o Vida Risco. A área da previdência tem margens muito atractivas e a Tranquilidade vai continuar a desenvolver esforços no sentido de explorar melhor a oportunidade.
Que comentário faz a actuação dos reguladores na recente crise e como perspectiva o futuro a este nível? Considera possível a fusão de reguladores?
O sector segurador passou com grande robustez, quer a nível nacional, quer externo, por estes anos de crise. Sofreu muito por via dos resultados financeiros, tendo em conta o comportamento dos mercados de capitais. Mas, do ponto de vista operacional, a solidez está cá, o sector respondeu muito bem e está preparado para responder a todas as responsabilidades que tem assumido junto dos clientes. E isso deve-se à responsabilidade da gestão das seguradoras, mas também aos reguladores que têm procurado garantir que os direitos dos accionistas e clientes sejam protegidos.
Sobre a unificação dos reguladores, é algo que se encontra em análise até final de Outubro, mas considero que tendencialmente se caminhará para aí. Mas o importante é que, enquanto se caminha, devem as diferentes entidades saber articular as suas funções e objectivos. Na verdade, os riscos são mais sofisticados e vêm de onde menos se espera, o que exige a essas entidades mais presença e mais entrosamento.
Tranquilidade reforça sustentabilidade
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22 de novembro de 2009
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